Dia da Síndrome de Down: Inclusão na educação e no trabalho é direito fundamental, defendem participantes de sessão na Câmara

20/03/2025 19:30 Central do Direito
Dia da Síndrome de Down: Inclusão na educação e no trabalho é direito fundamental, defendem participantes de sessão na Câmara

Durante sessão solene realizada na Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, participantes ressaltaram a necessidade urgente de políticas públicas que garantam desenvolvimento pleno, autonomia e inclusão para as cerca de 300 mil pessoas com a síndrome no Brasil.

Combate ao capacitismo e apoio às famílias

O deputado Márcio Honaiser (PDT-MA), pai de Maria Helena, uma menina com síndrome de Down, destacou que "ninguém caminha sozinho" e que as dificuldades enfrentadas por pessoas com a síndrome "muitas vezes estão nos outros, mais que nelas mesmas". Ele defendeu o combate ao capacitismo - visão preconceituosa que define a pessoa a partir de sua deficiência - através de políticas públicas que garantam inclusão escolar de qualidade e acessibilidade no mercado de trabalho.

Protagonismo e direito à voz

Vitória Mesquita, modelo, artista, fotógrafa e influenciadora digital de 26 anos, fez um apelo emocionante por mais espaço e independência: "Crescemos, votamos, trabalhamos, temos sonhos e queremos ser respeitados nas nossas decisões. Queremos ter voz, queremos dar nossa opinião. E mais que isso, queremos escolher". Ela destacou a importância de pessoas com síndrome de Down serem vistas como "adultos capazes, protagonistas da própria história".

Políticas públicas e oportunidades

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), uma das autoras do pedido para a realização da homenagem, ressaltou a importância do acompanhamento por profissionais especializados como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) enfatizou que "é a sociedade que carrega uma deficiência quando não possibilita que todos estejam em todos os lugares e possam exercer todos os seus talentos e capacidades".

A psicóloga clínica Adriana Rodrigues de Souza também lembrou que pessoas com síndrome de Down não são "eternas crianças" - elas se tornam adultas, querem empregos, relacionamentos e diversão como qualquer outra pessoa, reforçando a necessidade de políticas que garantam esses direitos fundamentais.