A deputada Célia Xakriabá (PSOL-MG) foi eleita nesta quarta-feira (19) para presidir a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, tornando-se a primeira mulher indígena a assumir o comando do colegiado. A parlamentar recebeu 15 votos favoráveis, sem votos contrários ou abstenções, substituindo a deputada Ana Pimentel (PT-MG).
Combate ao feminicídio e violência contra mulheres indígenas
Durante seu discurso após a eleição, Xakriabá enfatizou o alarmante aumento de violência contra mulheres indígenas: "Os casos de feminicídio de mulheres e meninas indígenas cresceram 500% nos últimos 10 anos. Dentre três mulheres indígenas, uma já foi estuprada ou sofreu violência sexual", alertou a deputada.
Crise climática e vulnerabilidade social
A nova presidente da comissão também destacou a relação entre mudanças climáticas e o aumento da vulnerabilidade social de mulheres agricultoras e quilombolas como uma de suas prioridades. "A crise climática empurrará 158 milhões de meninas e de mulheres para a fome. A crise climática também é um agravamento sobre os nossos corpos", afirmou Xakriabá.
Trajetória da nova presidente
Célia Xakriabá é professora e ativista do povo Xakriabá. Formou-se na primeira turma de educação indígena da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em 2013 e concluiu mestrado em desenvolvimento sustentável pela Universidade de Brasília (UnB) em 2018. Em 2022, tornou-se a primeira mulher indígena eleita deputada federal por Minas Gerais, destacando-se pela defesa da demarcação de terras e educação indígena.
Atribuições da comissão
A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher tem como atribuições investigar denúncias de ameaça ou violação dos direitos da mulher, fiscalizar programas governamentais relativos à proteção dos direitos femininos e monitorar a saúde materno-infantil e neonatal, entre outras responsabilidades voltadas ao empoderamento feminino na sociedade brasileira.