Especialistas defendem integração entre políticas de habitação e saúde na Câmara

Condições inadequadas de moradia ampliam riscos sanitários

Especialistas alertaram que condições inadequadas de habitação aumentam significativamente os riscos de saúde e aprofundam desigualdades sociais, especialmente entre famílias em situação de vulnerabilidade. A declaração foi feita por Fábio Muller, representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados.

Mais de 16 milhões de habitações carecem de infraestrutura

A deputada Erika Kokay (PT-DF), responsável pela solicitação da reunião, apresentou dados alarmantes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo pesquisas recentes baseadas em informações de 2024 do CadÚnico, mais de 16 milhões de habitações brasileiras necessitam urgentemente de infraestrutura sanitária e melhorias estruturais.

Pandemia evidenciou relação entre moradia e saúde pública

"A recente e devastadora pandemia de Covid-19 ressaltou de forma clara a indissociabilidade entre arquitetura, urbanismo e saúde pública. Em um cenário global de crise sanitária, ficou inegável que condições inadequadas de moradia ampliam riscos e desigualdades sanitárias", enfatizou a deputada Kokay.

Necessidade de políticas integradas

Os participantes da audiência pública foram unânimes ao defender maior integração entre as políticas habitacionais e de saúde no Brasil. A proposta visa criar estratégias coordenadas que abordem simultaneamente os déficits habitacionais e os impactos na saúde pública, especialmente considerando as lições aprendidas durante a pandemia de Covid-19.