Em sessão solene realizada no plenário da Câmara dos Deputados em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down, celebrado em 21 de março, participantes enfatizaram a necessidade de políticas públicas inclusivas que garantam o desenvolvimento pleno e a autonomia das pessoas com a síndrome.
Apoio para desenvolvimento pleno
O deputado Márcio Honaiser (PDT-MA), pai de Maria Helena, uma menina com síndrome de Down, destacou que as dificuldades enfrentadas por pessoas com a síndrome "muitas vezes estão nos outros, mais que nelas mesmas". O parlamentar defendeu a importância do suporte adequado para que possam desenvolver todo seu potencial e combateu o capacitismo, visão preconceituosa que define a pessoa a partir de sua deficiência.
"Ninguém caminha sozinho. As pessoas com síndrome de Down e suas famílias precisam de suporte adequado para que possam desenvolver todo seu potencial", afirmou Honaiser, que defendeu a inclusão escolar de qualidade e a acessibilidade no mercado de trabalho como prioridades.
Protagonismo e independência
Vitória Mesquita, modelo, artista, fotógrafa e influenciadora digital de 26 anos com síndrome de Down, destacou a importância do protagonismo: "Crescemos, votamos, trabalhamos, temos sonhos e queremos ser respeitados nas nossas decisões. Queremos ter voz, queremos dar nossa opinião. E mais que isso, queremos escolher. Queremos ter o direito de participar das decisões que afetam a nossa vida."
A psicóloga clínica Adriana Rodrigues de Souza reforçou que pessoas com síndrome de Down não são "eternas crianças", mas adultos que desejam empregos, relacionamentos e diversão como qualquer outra pessoa.
Políticas públicas necessárias
A deputada Lídice da Mata (PSB-BA), uma das autoras do pedido para a realização da homenagem, informou que, segundo o IBGE, cerca de 300 mil brasileiros vivem com a síndrome. Ela defendeu o acesso a profissionais como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais para garantir o desenvolvimento pleno dessas pessoas.
Já a deputada Erika Kokay (PT-DF) ressaltou que "é a sociedade que carrega uma deficiência quando não possibilita que todos estejam em todos os lugares e possam exercer todos os seus talentos e todas as suas capacidades".