A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados realizou audiência pública para debater alternativas que possam reduzir os preços das passagens aéreas no Brasil. O encontro foi solicitado pelo deputado Leônidas Cristino (PDT-CE), que destacou como os altos custos prejudicam o direito de locomoção e o desenvolvimento regional.
Custos operacionais elevados impactam tarifas
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Juliano Noman, explicou que o querosene de aviação representa cerca de 35% do custo de um voo. Gastos com manutenção de aeronaves, mão de obra especializada, tarifas aeroportuárias e impostos também encarecem as operações.
"O preço está alto para quem paga. Por outro lado, as três empresas que aqui estão tiveram que passar por processos de recuperação judicial", afirmou Noman, referindo-se à Latam, Gol e Azul.
Malha aérea regional limitada
O deputado Julio Lopes (PP-RJ) ressaltou que a frota comercial brasileira opera com menos de 500 aviões, atendendo apenas 137 das 5.578 cidades do país com voos regulares. A meta de alcançar 200 destinos regionais ainda não foi cumprida.
Com custos elevados, as companhias concentram operações em rotas mais rentáveis, deixando regiões menores desassistidas. Algumas rotas regionais só se mantêm com subsídios estaduais, como o trecho Juazeiro do Norte-Fortaleza e Parnaíba-Fortaleza.
Governo busca soluções para o setor
A diretora de Outorgas da Secretaria Nacional de Aviação Civil, Clarissa Barros, informou sobre iniciativas governamentais para aumentar a concorrência e reduzir custos operacionais. O superintendente da Anac, Marco Porto, destacou esforços para atrair novas empresas e diminuir barreiras regulatórias.
As discussões apontam para a necessidade de políticas públicas integradas que equilibrem a sustentabilidade financeira das companhias com a democratização do transporte aéreo no país.