Câmara aprova Lei do Mar: nova política para gestão sustentável do sistema costeiro-marinho

27/05/2025 22:30 Central do Direito
Câmara aprova Lei do Mar: nova política para gestão sustentável do sistema costeiro-marinho

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (27) o Projeto de Lei 6969/13, que institui a Política Nacional para a Gestão Integrada, a Conservação e o Uso Sustentável do Sistema Costeiro-Marinho (PNGCMar), conhecido como Lei do Mar. O texto, que agora segue para análise do Senado, foi aprovado com substitutivo do relator, deputado Túlio Gadêlha (Rede-PE).

Equilíbrio entre economia e preservação ambiental

De autoria dos ex-deputados Sarney Filho e Alessandro Molon, o projeto estabelece princípios, diretrizes e instrumentos para uma política que busca equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental. Segundo o relator, a proposta "busca equilibrar o tripé da sustentabilidade, baseado nos aspectos econômicos, sociais e ambientais" e tem importância fundamental para o enfrentamento das mudanças climáticas.

"Diante de um cenário de desastres climáticos, proteger os oceanos e a biodiversidade e compreender que precisamos desenvolver as comunidades ribeirinhas de modo sustentável", defendeu Gadêlha durante a votação.

Abrangência e diretrizes da nova política

O projeto considera como águas sob jurisdição brasileira as águas interiores e o espaço marinho, que engloba o mar da plataforma continental (200 milhas marítimas) e a plataforma continental estendida. Esta última teve recentemente a incorporação de cerca de 530 mil km² aprovada em duas etapas pela ONU.

Entre as diretrizes da PNGCMar destacam-se a prevenção e mitigação da poluição marinha, o controle de espécies exóticas, o apoio a programas de pesca sustentável com rastreabilidade do pescado, o combate à pesca ilegal e a adaptação da regulação de setores como mineração, energia e turismo às peculiaridades do ambiente marinho.

Posições divergentes no Plenário

Durante o debate, parlamentares expressaram posições divergentes. A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ), defendeu que "cuidando do nosso mar, a gente cuida da nossa gente". Já o deputado Luiz Lima (Novo-RJ) criticou o que considera restrições excessivas à iniciativa privada nas áreas costeiras.

Para viabilizar a votação, o relator desistiu de incluir normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) sobre áreas de preservação permanente nas áreas costeiras e retirou a proposta de criação do Fundo Mar com recursos de royalties do petróleo.

A implementação do PNGCMar deverá assegurar a criação e o monitoramento de indicadores de qualidade ambiental, além da melhoria da qualidade de vida das populações costeiras, com especial atenção às comunidades tradicionais.

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