TST promove debate sobre diversidade cultural como motor de transformação social

22/05/2025 21:00 Central do Direito
TST promove debate sobre diversidade cultural como motor de transformação social

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) sediou nesta quarta-feira (21) um importante painel da Semana da Justiça pela Diversidade Cultural, destacando a diversidade como elemento essencial para a transformação social e o desenvolvimento sustentável.

Diversidade como direito fundamental e força de inclusão

Durante o evento, o presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministro Aloysio Corrêa da Veiga, enfatizou que a diversidade cultural é reconhecida pela Unesco como patrimônio comum da humanidade. "A diversidade cultural é uma força propulsora de inclusão, de cidadania e de desenvolvimento econômico. É, sobretudo, expressão viva da dignidade humana, da qual nenhum Estado democrático de direito pode prescindir", afirmou o ministro.

A ministra Maria Helena Mallmann, coordenadora do Programa de Equidade de Raça, Gênero e Diversidade, destacou que esta é a primeira vez que o Judiciário participa da semana com atividades reflexivas sobre diferenças culturais. Já a ministra Morgana de Almeida Richa ressaltou a riqueza da diversidade brasileira: "O que nos faz diferenciados é justamente a soma da riqueza que trazemos, e o Brasil, nesse ponto, é um país rico".

Diálogo social e interseccionalidade na Justiça do Trabalho

A primeira mesa do evento abordou "A Diversidade na Justiça do Trabalho e o diálogo social como fator de ciência e educação". A professora Renata Dutra, da Universidade de Brasília, explorou os conceitos de diversidade, identidade e interseccionalidade, destacando que "não se trata de opor igualdade e diferença, mas reconhecer a necessidade de combiná-las para construir democracia".

Roberta Liana Vieira, coordenadora da Escola Judicial do TRT-4, afirmou que sem diversidade a justiça não é possível. Em uma declaração impactante, comparou: "Costumo dizer que a Justiça do Trabalho é a mulher negra do Poder Judiciário, porque ela é a que mais trabalha, a que mais acolhe, a que mais sustenta e, ainda assim, é a que mais apanha".

Hip hop e empreendedorismo periférico como ferramentas de transformação

Na segunda parte do painel, o Projeto Rap apresentou músicas que retratam a desigualdade social e os desafios da juventude periférica. Ravena do Carmo Silva, fundadora do Coletivo Poesia nas Quebradas, compartilhou iniciativas de empreendedorismo social voltadas para mulheres em situação de vulnerabilidade. "Quando abrimos qualquer turma de empreendedorismo, primeiro fazemos um trabalho de resgate, de memória e de autoestima dessa mulher. O hip hop salva vidas", destacou.

Leonora Bittencourt, coordenadora de Políticas LGBTQIA+ de Ananindeua (PA), ressaltou a importância de inserir a diversidade nos debates sobre políticas públicas de cultura e o papel cultural como porta de entrada para discussões sobre saúde, educação e segurança pública.

A iniciativa fez parte da programação conjunta do Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de Justiça e TST em comemoração ao Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, celebrado em 21 de maio.

Confira a cobertura fotográfica no Flickr do TST