STF lamenta falecimento do fotógrafo Sebastião Salgado e destaca seu legado ambiental e cultural

23/05/2025 14:00 Central do Direito
STF lamenta falecimento do fotógrafo Sebastião Salgado e destaca seu legado ambiental e cultural

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, e a ministra Cármen Lúcia expressaram profundo pesar pelo falecimento do renomado fotógrafo Sebastião Salgado, ocorrido nesta sexta-feira (23), aos 81 anos.

Um patrimônio cultural brasileiro

"Recebo com imensa tristeza a notícia da morte do Sebastião Salgado. Na verdade, um grande artista. Uma morte precoce, 81 anos hoje em dia é muito cedo. Ele era um dos patrimônios culturais brasileiros, embora estivesse vivendo na França", declarou o ministro Barroso, que mantém em seu gabinete duas fotografias da Amazônia registradas por Salgado.

Economista de formação, Sebastião Salgado dedicou-se à fotografia desde 1973, retratando as mazelas e belezas do mundo através de suas lentes. Seu trabalho foi reconhecido internacionalmente, resultando em diversos prêmios e na publicação de importantes obras como "Êxodos" (2000), "África" (2007), "Gênesis" (2013) e "Perfume de Sonho" (2015).

Compromisso com causas ambientais e sociais

Barroso destacou o engajamento de Salgado com causas humanitárias: "Ele é um homem que tinha um olhar voltado para a proteção ambiental, para a proteção das comunidades indígenas, para outras causas importantes da humanidade". Junto com sua esposa Lélia Wanick, o fotógrafo desenvolveu projetos como o Instituto Terra, voltado à recuperação da Mata Atlântica em Minas Gerais.

A ministra Cármen Lúcia, atual presidente do TSE, também se manifestou: "Enorme perda para o Brasil e para essa humanidade tão precisada de grandes humanidades como o Tião. Sebastião era Salgado apenas no sobrenome: um ser humano a mostrar uma doçura total, mesmo nas denúncias fotografadas das indignidades e feridas do mundo."

Legado no Supremo Tribunal Federal

O acervo cultural do STF conta com 18 painéis fotográficos assinados por Sebastião Salgado, parte do projeto "Amazônia", doados pelo artista e sua esposa durante a presidência da ministra Cármen Lúcia (2016-2018). As fotografias em preto e branco retratam povos originários de diversas etnias e a biodiversidade amazônica, fruto de sete anos de imersão na floresta.

O trabalho de Salgado na região incluiu o registro do cotidiano de índios como os Waurá e Kamayurá (MT), os Yanomami (AM), os Zo'é (PA), os Ashaninka (AC) e os Korubo, no Vale do Javari (AM), contribuindo para a preservação visual da cultura desses povos e da riqueza natural da Amazônia.