Simpósio STJ-Interpol: Cooperação Internacional é Essencial no Combate ao Crime Organizado Transnacional

12/06/2025 20:30 Central do Direito
Simpósio STJ-Interpol: Cooperação Internacional é Essencial no Combate ao Crime Organizado Transnacional

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) sediou nesta quinta-feira (12) o 1º Simpósio STJ-Interpol sobre criminalidade contemporânea, reunindo autoridades nacionais e internacionais para discutir estratégias de enfrentamento ao crime organizado transnacional.

Durante a abertura, o presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, enfatizou a importância da aproximação entre o Judiciário e a organização policial internacional. "Estamos abrindo caminho para uma cooperação intensa com foco em inteligência, tecnologia e capacitação da magistratura", declarou Benjamin, alertando sobre o crescimento das facções criminosas e a necessidade de respostas rápidas do Estado.

Desafio global exige ações coordenadas

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, classificou o crime organizado como um dos maiores desafios da humanidade e destacou iniciativas como a proposta de criação do Sistema Único de Segurança Pública. "A integração dos entes nacionais envolvidos na luta contra o crime organizado é fundamental. Essa é uma prática bem-sucedida em outros países", comentou.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, observou que "enquanto seguimos trâmites burocráticos para acessar informações, as redes criminosas operam em tempo real, movimentando recursos ilícitos e violando fronteiras com o apoio de tecnologias avançadas".

Interpol: apoio técnico e operacional

O secretário-geral da Interpol, delegado Valdecy de Urquiza e Silva Júnior, ressaltou o caráter histórico do encontro e reforçou o compromisso da organização em oferecer suporte às autoridades nacionais. "Assim como os criminosos ignoram fronteiras, também devemos unir capacidades, compartilhar informações e agir de forma integrada", afirmou.

Mark Philipp Mülder, coordenador da Unidade de Redes Criminosas da Interpol, apresentou os programas globais desenvolvidos para enfrentar ameaças como terrorismo, crimes cibernéticos e lavagem de dinheiro. Segundo ele, a organização disponibiliza 19 bancos de dados para as forças policiais de 196 países-membros, processando cerca de 22 milhões de buscas diárias.

Criatividade contra o tráfico internacional

David Bruce Caunter, diretor da Unidade de Crime Organizado e Emergente da Interpol, alertou que o tráfico de drogas movimenta anualmente US$ 650 bilhões – valor equivalente ao PIB de países como Bélgica ou Suécia. "Para derrotar uma rede, é preciso uma rede. As forças policiais de todos os países precisam trabalhar em conjunto, pois o crime organizado não conhece fronteiras ou burocracias", concluiu.

O evento contou com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB).