Projeto de Lei propõe estender para 4 anos a permanência no Bolsa Família para quem ultrapassa limite de renda

14/03/2025 11:41 Central do Direito
Projeto de Lei propõe estender para 4 anos a permanência no Bolsa Família para quem ultrapassa limite de renda

Um novo Projeto de Lei (PL 229/25) em análise na Câmara dos Deputados propõe estender de 2 para 4 anos o período em que beneficiários do Bolsa Família que ultrapassam o limite de renda por pessoa (atualmente R$ 218) possam continuar recebendo o benefício de forma gradual. A proposta, de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM), busca criar uma transição mais suave para as famílias que conseguem aumentar sua renda.

Deputado Capitão Alberto Neto fala ao microfone
Capitão Alberto Neto, autor do projeto (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Redução gradual do benefício

O texto estabelece um cronograma de redução progressiva do benefício ao longo dos quatro anos:

  • Primeiro ano: 80% do valor do benefício
  • Segundo ano: 60% do valor do benefício
  • Terceiro ano: 40% do valor do benefício
  • Quarto ano: 20% do valor do benefício

Atualmente, as famílias que superam o limite de renda per capita de R$ 218 recebem apenas 50% do valor por até 24 meses.

Incentivo à inserção no mercado de trabalho

Segundo o deputado Capitão Alberto Neto, a transição atual desestimula a inserção dos beneficiários no mercado de trabalho, pois muitos temem perder o benefício rapidamente. "A proposta visa criar um período de transição mais lento até o corte total do benefício", afirma o parlamentar.

Ampliação do programa Jovem Aprendiz

Além da extensão do período de transição, o projeto também altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para permitir que beneficiários do Bolsa Família sem registro prévio de emprego formal possam participar do programa Jovem Aprendiz, independentemente da idade. Atualmente, o programa é restrito a jovens de 14 a 24 anos e pessoas com deficiência.

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Trabalho; de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para se tornar lei, o texto precisa ser aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado.

O projeto altera a lei que reinstituiu o programa Bolsa Família em 2023 e representa uma tentativa de aprimorar a política de transferência de renda, facilitando a transição das famílias para a independência financeira.