Prevenção de Quedas em Idosos: Especialistas Defendem Políticas Públicas Integradas no Brasil

17/07/2025 20:00 Central do Direito
Prevenção de Quedas em Idosos: Especialistas Defendem Políticas Públicas Integradas no Brasil

O Brasil enfrenta um desafio crescente na saúde pública: a prevenção de quedas entre seus 32 milhões de idosos, que representam quase 16% da população. Segundo dados do Ministério da Saúde, um em cada três brasileiros acima de 65 anos sofre pelo menos uma queda anual, com 10% desses casos resultando em lesões graves.

Política Nacional em Discussão

A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados reuniu especialistas para debater medidas preventivas, enquanto tramita o PL 4376/24, de autoria do deputado Luiz Couto (PT-PB), que cria a Política Nacional de Prevenção de Quedas entre Pessoas Idosas. A proposta, já aprovada na Comissão da Pessoa Idosa, está em análise na Comissão de Saúde.

O projeto prevê adaptação de ambientes e residências, capacitação de cuidadores e profissionais de saúde, campanhas de conscientização e inclusão da prevenção de quedas na atenção primária. No entanto, Monica Perracini, do Centro Internacional de Longevidade Brasil, alerta para desafios de implementação: "O desafio é a articulação com diversos ministérios, especialmente com o Sistema Único de Assistência Social (Suas), uma vez que temos idosos em diversos equipamentos de assistência social".

Identificação Precoce e Medidas Preventivas

Isabela Trindade, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, destacou que exercícios físicos, adaptação do ambiente, educação em saúde e apoio psicossocial são eficazes para reduzir ocorrências. "O profissional de saúde precisa saber perguntar, fazer parte desse rastreio. É uma política pública indispensável", afirmou, ressaltando a importância de identificar precocemente idosos com maior risco.

O deputado Luiz Couto compartilhou casos reais, como o de um idoso de 85 anos que caiu por falta de barras de apoio e uma mulher de 78 anos que fraturou o fêmur ao tropeçar em um tapete. "Cada queda representa uma vida transformada, uma fratura que pode levar à imobilidade e, em muitos casos, a morte precoce. Não são casos isolados, são a face visível de uma epidemia invisível", concluiu o parlamentar.