OAB aprova colaboração no Plano Pena Justa para defender prerrogativas da advocacia

22/09/2025 20:00 Central do Direito
OAB aprova colaboração no Plano Pena Justa para defender prerrogativas da advocacia

OAB reforça defesa das prerrogativas da advocacia no sistema prisional

O Conselho Pleno da OAB Nacional aprovou nesta segunda-feira (22/9) sua colaboração na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 347, que tramita no Supremo Tribunal Federal. A manifestação integra o Plano Pena Justa e visa enfrentar a crise estrutural do sistema prisional brasileiro, priorizando as prerrogativas da advocacia e a dignidade das pessoas privadas de liberdade.

Garantia do sigilo profissional como foco central

A contribuição elaborada pela Procuradoria Nacional de Defesa das Prerrogativas e pela Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas concentra-se na garantia da inviolabilidade das comunicações entre advogados e clientes presos. A relatora conselheira federal Katianne Wirna (CE) enfatizou que "as comunicações entre advogados e pessoas privadas de liberdade precisam ser invioláveis" para assegurar a ampla defesa e os direitos constitucionais.

Medidas práticas para proteção da confidencialidade

O documento aprovado estabelece diretrizes específicas para preservar o sigilo profissional, incluindo isolamento acústico em parlatórios, criptografia ponta a ponta em plataformas digitais e proibição total de monitoramento ou gravação de conversas. A proposta também veda técnicas invasivas como reconhecimento facial durante atendimentos advocatícios.

Mecanismos de fiscalização e conformidade

Para garantir o cumprimento das regras, a colaboração prevê instrumentos como o Livro Eletrônico de Incidentes de Sigilo (LEIS), Protocolo de Resposta a Violações (PRV) e auditorias independentes periódicas. O acesso aos recursos do Fundo Penitenciário Nacional ficará condicionado ao cumprimento de etapas de conformidade em até 540 dias.

Integração ao Plano Pena Justa

A manifestação será encaminhada ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao Ministério da Justiça e Segurança Pública para implementação. O Plano Pena Justa, coordenado por esses órgãos, estabelece mais de 300 metas até 2028, incluindo melhorias de infraestrutura, combate à superlotação e fortalecimento das audiências de custódia.

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