Eduardo Bolsonaro se licencia e vai para os EUA: oposição alega perseguição judicial

18/03/2025 19:30 Central do Direito
Eduardo Bolsonaro se licencia e vai para os EUA: oposição alega perseguição judicial

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (18) sua decisão de se licenciar do mandato e mudar-se para os Estados Unidos, gerando forte reação entre parlamentares da oposição e da base governista. O filho do ex-presidente, terceiro deputado mais votado em São Paulo com mais de 700 mil votos, justificou sua saída acusando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de implantar um "regime de exceção" no Brasil.

Oposição defende decisão como resposta à perseguição

Parlamentares da oposição manifestaram apoio à decisão, classificando-a como necessária diante do que chamam de "perseguição judicial". O deputado Carlos Jordy (PL-RJ), vice-líder da Minoria, afirmou que a decisão de Eduardo foi "difícil e dolorosa, mas necessária" para "seguir na sua luta, na denúncia contra a ditadura".

O deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB) declarou que Eduardo está "exilado nos Estados Unidos com medo de ser preso e de ser perseguido", enquanto Mauricio Marcon (Pode-RS) classificou a atitude como "um gesto de amor ao País" que poucos fariam.

Base governista critica licenciamento

Do outro lado, parlamentares da base governista contestaram a narrativa de perseguição. A deputada Maria do Rosário (PT-RS) afirmou que "o Brasil não persegue ninguém, mas também não será leniente ou omisso com traidores". O deputado Paulão (PT-AL) questionou a atitude de Eduardo em relação ao pai: "Ele, como bom filho, poderia estar aqui prestando solidariedade ao pai. Ele correu e pediu uma licença de quatro meses. Que liderança é essa?"

Ivan Valente (Psol-SP) classificou como mentira a justificativa de Eduardo Bolsonaro sobre possíveis torturas no Brasil, afirmando que "o que ele quer é atacar o Supremo e desmoralizar as instituições brasileiras".

PGR rejeita pedido para apreensão de passaporte

Logo após o anúncio da licença, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu parecer contrário ao pedido do PT para apreender o passaporte de Eduardo Bolsonaro. O partido havia ingressado com ação alegando que o deputado usa suas viagens internacionais para instigar políticos americanos contra o Supremo Tribunal Federal.

Em sua declaração, Eduardo Bolsonaro afirmou que vai se dedicar integralmente à busca pelas "devidas sanções aos violadores dos direitos humanos" e pelas "justas punições que Alexandre de Moraes e a Gestapo da Polícia Federal merecem".