O deputado Reimont (PT-RJ) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, recebendo 8 votos dos 13 integrantes do colegiado. Em seu discurso de posse, o parlamentar destacou a intenção de trabalhar em sintonia com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, liderado por Macaé Evaristo.
"Temos que ouvir os clamores daqueles que são perseguidos, violados, e que têm sua dignidade humana negada", afirmou Reimont, mencionando as 300 mil pessoas em situação de rua como exemplo de cidadãos que precisam ser ouvidos pela comissão. O novo presidente prometeu que a sociedade civil e os movimentos sociais terão voz ativa nas discussões e reuniões.
Diálogo e respeito às divergências
Reimont anunciou a intenção de estabelecer um acordo de procedimentos com os membros da comissão para evitar o que chamou de estratégia "de lacração" durante os debates. "Não permitiremos que essa comissão seja palco para vídeos sensacionalistas", declarou, defendendo que as divergências são importantes, mas não devem se transformar em ofensas pessoais.
A comissão tradicionalmente é palco de embates entre parlamentares governistas e oposicionistas. Após a eleição, o deputado Helio Lopes (PL-RJ) solicitou que projetos de interesse dos parlamentares "de direita" também sejam pautados, enquanto a deputada Chris Tonietto (PL-RJ) pediu respeito aos direitos dos nascituros.
Trajetória e atribuições
Ex-frade capuchinho, Reimont afirmou ter sido formado pela Teologia da Libertação e pelas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. "É nosso dever combater as injustiças, promover direitos para todos e todas, independente da raça e da identidade de gênero", destacou. Com experiência como padre, bancário e professor, o deputado exerceu quatro mandatos consecutivos como vereador no Rio de Janeiro antes de chegar à Câmara Federal.
Entre as atribuições da Comissão de Direitos Humanos estão investigar denúncias de violação de direitos humanos, fiscalizar programas governamentais de proteção a esses direitos e colaborar com entidades nacionais e internacionais que atuam na área.