A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiu solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão preventiva de nove pessoas acusadas de participar de esquema fraudulento que prejudicou milhares de aposentados e pensionistas.
Pedido de prisão será enviado ao STF
O colegiado encaminhará ao ministro André Mendonça, relator do caso no STF, pedido de prisão preventiva para Maurício Camisotti, Antônio Carlos Camilo, Antônio Luz, Fernando de Araújo, Márcio Alaor, André Fidelis, Virgílio Antônio Ribeiro, Eric Fidelis e Ramon Novais. Todos os nomes constam do inquérito principal da Polícia Federal sobre descontos ilegais de beneficiários do INSS.
Relator justifica necessidade de prisão
O deputado Alfredo Gaspar (União-AL), relator da CPMI, defendeu a prisão preventiva devido ao risco de fuga dos acusados. "Nós estamos com indícios suficientes de autoria, com prova da materialidade dos crimes", afirmou. Segundo ele, o inquérito conta com mais de 3 mil páginas fundamentadas e há pressupostos suficientes para o encarceramento.
Esquema centralizado em empresa THG
Durante depoimento à comissão, o advogado Eli Cohen revelou detalhes sobre o funcionamento das fraudes. Segundo ele, todo o esquema girava em torno de Maurício Camisotti e sua empresa THG, principal destinatária dos recursos desviados. Cohen explicou que 27,5% dos valores fraudados eram direcionados ao chamado "Careca do INSS".
Descoberta das fraudes partiu de investigação privada
O advogado relatou que descobriu o esquema em 2023, quando foi procurado por duas pessoas usadas como "laranjas" nas empresas de Camisotti. Após pesquisas e reportagem do portal Metrópoles, os órgãos públicos iniciaram as investigações oficiais. Cohen alegou ter procurado a imprensa após a Polícia Civil de São Paulo não dar prosseguimento à notícia-crime apresentada em abril de 2023.