Câmara homenageia 2ª Marcha das Mulheres Negras e defende mais representatividade

26/11/2025 11:30 Central do Direito
Câmara homenageia 2ª Marcha das Mulheres Negras e defende mais representatividade

A Câmara dos Deputados realizou sessão solene nesta terça-feira (25) em homenagem à 2ª Marcha das Mulheres Negras, com deputadas e autoridades defendendo maior representatividade feminina negra nos espaços de poder como caminho para uma sociedade mais justa.

Tema da Marcha: Reparação e Bem Viver

A segunda edição da Marcha das Mulheres Negras adotou como tema central "Reparação e bem viver", buscando exigir reparação histórica em relação às desigualdades sociais e garantir vida digna para toda a população. O evento no Plenário foi presidido pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ), pioneira como primeira mulher negra eleita para a Câmara em 1982 e constituinte em 1988.

Mulheres Negras como Base da Reconstrução Nacional

A deputada Talíria Petrone (Psol-RJ), uma das proponentes da homenagem, enfatizou o papel fundamental das mulheres negras na construção do país. "Não há reconstrução possível que não passe pelas mãos das mulheres negras. Não há bem-viver possível que não passe pelas nossas mãos", declarou, destacando a ancestralidade, resistência e saberes dessas mulheres.

Desigualdades e Necessidade de Representatividade

Durante o evento, foi ressaltado que as mulheres negras concentram os menores rendimentos, enfrentam condições de trabalho precarizadas e sofrem mais violência. A coordenadora da bancada feminina, Jack Rocha (PT-ES), defendeu que aumentar a representatividade é essencial para garantir poder e dignidade. "É um projeto político de país ocupar esse Plenário, fazer com que o orçamento nos caiba", afirmou.

Participação de Ministras e Reparação Histórica

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, reforçou que as mulheres negras precisam ter seus direitos constitucionais garantidos após 300 anos de escravidão. "Essa reparação é reparação devida do Estado brasileiro às pessoas afrodescendentes", argumentou. Participaram também as ministras Macaé Evaristo (Direitos Humanos), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Márcia Lopes (Mulher), além de representantes de movimentos sociais. A primeira marcha ocorreu em 2015 com mais de 100 mil participantes em Brasília.