A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) dividiu opiniões na Câmara dos Deputados. Enquanto parlamentares da base governista celebraram a decisão histórica, a oposição criticou o julgamento e intensificou a pressão pela votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Base governista celebra decisão histórica
A deputada Denise Pessôa (PT-RS) classificou a condenação como "um divisor de águas na democracia brasileira", destacando que pela primeira vez um ex-presidente que tentou minar as instituições foi responsabilizado. O deputado João Daniel (PT-SE) rejeitou qualquer debate sobre anistia, preferindo focar em projetos como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
Luiz Couto (PT-PB) foi enfático ao afirmar que uma anistia ampla afronta princípios democráticos estruturantes. O parlamentar citou pesquisa Datafolha indicando que 54% da população rejeita a anistia, argumentando que "anistiar líderes e comandantes seria premiar o golpismo".
Oposição contesta julgamento e pressiona por anistia
Do lado oposto, o deputado Diego Garcia (Republicanos-PR) defendeu a votação urgente do projeto de anistia (PL 2858/22), alegando que "a sociedade brasileira cobra um posicionamento". O vice-líder da oposição, Sargento Gonçalves (PL-RN), denunciou "injustiça histórica" e questionou a imparcialidade dos ministros.
Sanderson (PL-RS) foi mais contundente, classificando o julgamento como "farsa" e "show de horrores", criticando a ausência de recursos e o julgamento "a toque de caixa". O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou que o tema será discutido em reunião de líderes partidários nesta terça-feira (17).