A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados promoverá na próxima terça-feira (8), às 16 horas, um seminário dedicado ao combate ao câncer de cabeça e pescoço. O evento, que acontecerá no plenário 7, foi proposto pelos deputados Silvia Cristina (PP-RO), Flávia Morais (PDT-GO) e Geraldo Resende (PSDB-MS).
Diagnóstico tardio compromete tratamento
O câncer de cabeça e pescoço figura entre os mais agressivos e silenciosos do país, afetando estruturas vitais como boca, laringe, faringe, cavidade nasal e glândulas salivares. Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam uma estimativa alarmante de 41 mil novos casos anuais no Brasil, com predominância de tumores na cavidade oral e laringe.
Um dado preocupante é que aproximadamente 70% desses casos são diagnosticados apenas em estágios avançados, comprometendo significativamente a eficácia do tratamento e reduzindo as chances de sobrevida dos pacientes.
Desafios no acesso ao tratamento
Segundo a Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço (ACBG Brasil), o diagnóstico precoce permanece limitado, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. A entidade também denuncia que mais de 60% dos pacientes aguardam mais de 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento, violando o prazo estabelecido pela Lei 12.732/12.
Apesar da instituição da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer através da Lei 14.758/23, a implementação efetiva nos estados e municípios ainda enfrenta obstáculos consideráveis, incluindo escassez de especialistas em diversas regiões, infraestrutura diagnóstica insuficiente, desigualdade no acesso aos tratamentos e o estigma social enfrentado pelos pacientes.
O seminário busca discutir essas questões e propor medidas concretas para aprimorar o diagnóstico precoce e garantir tratamento adequado aos pacientes com câncer de cabeça e pescoço em todo o território nacional.