Pacientes e familiares solicitaram a modernização dos protocolos de atendimento da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) durante audiência pública realizada pelas comissões de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e de Saúde da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (17).
Impacto Global e Nacional da DPOC
As doenças respiratórias crônicas representam a terceira maior causa de morte mundial, atingindo 445 milhões de pessoas, principalmente com mais de 60 anos, conforme dados do Global Burden of Disease Study (2019). No Brasil, sete milhões de pessoas convivem com DPOC, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.
O pneumologista Roberto Stirbulov explicou que os principais sintomas incluem tosse persistente e falta de ar, além de comorbidades como depressão, problemas cardíacos, osteoporose e diabetes. O tabagismo figura como principal fator de risco, sendo crucial prevenir as exacerbações que podem levar ao óbito.
Demanda por Novos Tratamentos
Soraya Araújo, da rede Colabore com o Futuro, criticou a demora do SUS em disponibilizar terapias já aprovadas. Ela destacou que a consulta pública 35/25 recebeu contribuições até junho para atualização do protocolo, solicitando que o Ministério da Saúde publique as diretrizes atualizadas.
Crescimento dos Atendimentos
Danielle Moreira, do Ministério da Saúde, informou que os atendimentos de DPOC quase dobraram em cinco anos, saltando de 485 mil em 2020 para 819 mil em 2024. Os investimentos em atenção primária aumentaram de R$ 12 bilhões em 2023 para R$ 16,1 bilhões em 2024, incluindo aquisição de espirômetros digitais e campanhas antitabagismo.
Leonardo Pitta, da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, enfatizou que o custo de internações por DPOC em idosos acima de 80 anos é cinco vezes maior que em adultos, reforçando a importância da prevenção. O debate foi proposto pela deputada Flávia Morais (PDT-GO).