A Câmara dos Deputados aprovou projeto que estabelece o Dia Nacional do Hip-Hop em 11 de agosto e a Semana de Valorização da Cultura Hip-Hop. A proposta, de autoria do Poder Executivo (PL 5660/23), agora tramita no Senado.
Reparação histórica às culturas periféricas
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), relator da matéria, destacou que reconhecer o hip-hop representa uma reparação histórica do Estado às expressões culturais negras e periféricas. "A Câmara declara que o Brasil precisa olhar com orgulho para suas ruas, quebradas e vielas, onde pulsa o coração criativo do país", afirmou.
Silva classificou o movimento como "grito coletivo" de pessoas invisibilizadas e "quilombo urbano" que valoriza a favela como espaço de produção de conhecimento e estética.
Destinação de recursos públicos
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, justificou a criação da data como forma de facilitar a destinação de recursos públicos para manifestações do gênero. "É um manifesto dos excluídos que precisa ser ouvido e interpretado", declarou no texto do projeto.
Pilares do movimento hip-hop
O relator identificou cinco elementos fundamentais do hip-hop: MC (mestre de cerimônias), DJ (disc jockey), breaking, graffiti e conhecimento (consciência crítica). "Esses pilares formam uma ética de autoafirmação, coletividade e transformação social", explicou Orlando Silva.
Durante o debate, as deputadas Erika Kokay (PT-DF) e Talíria Petrone (Psol-RJ) reforçaram a importância da medida como valorização das culturas periféricas e do povo negro brasileiro.