Calor excessivo nas escolas compromete rendimento e aumenta evasão escolar, aponta debate

27/06/2025 11:00 Central do Direito

O impacto do calor excessivo no rendimento escolar e na evasão de alunos foi tema de audiência pública na Comissão de Educação, onde especialistas destacaram a precariedade da infraestrutura das escolas públicas brasileiras para lidar com as altas temperaturas.

Segundo Danilo Moura, especialista em clima e meio ambiente do Unicef, embora não existam estudos específicos para o Brasil, estima-se que a influência do calor no desempenho acadêmico seja significativa. "Na maior parte das escolas públicas brasileiras não tem ar-condicionado. A gente até hoje não conseguiu sequer garantir o direito, para todas as escolas, de acesso à água", comparou o especialista.

O dilema da climatização

Carlos Alexandre Príncipe, representante da Secretaria de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, alertou para o círculo vicioso que o aumento do uso de aparelhos de ar-condicionado pode criar. "Podemos estimar que, em 2050, nós teremos mais de 150 milhões de condicionadores de ar. Isso naturalmente faz com que o consumo energético suba e acabe afetando diretamente a mudança do clima", afirmou.

Soluções sustentáveis

A deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), presidente da subcomissão que discute a climatização das escolas, defendeu a adoção de técnicas de construção verde e arquiteturas mais adequadas ao clima brasileiro. "Nos processos de licitação, por exemplo, para construção e reforma de escolas, nunca se pensa nos aspectos sustentáveis. Geralmente, é aquele modelo mais barato possível, mas isso tem um impacto gigantesco no clima e, portanto, no processo de ensino aprendizagem."

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