Violência contra jornalistas diminui 20% em 2024, mas ataques seguem preocupantes, alerta Fenaj

20/05/2025 13:00 Central do Direito
Violência contra jornalistas diminui 20% em 2024, mas ataques seguem preocupantes, alerta Fenaj

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) apresentou nesta terça-feira (20), na Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados, o Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil de 2024, revelando uma queda de 20,44% nos casos de violência contra profissionais da imprensa em comparação com 2023.

Cenário ainda preocupante

Apesar da redução, a presidente da Fenaj, Samira de Castro, alertou que o problema persiste e parece se enraizar na sociedade brasileira. "Virou comum atacar jornalista", lamentou Castro durante a apresentação do documento na Câmara dos Deputados. O relatório registrou 144 casos de violência contra profissionais da imprensa em 2024 – o equivalente a uma agressão a cada dois dias e meio – contra 181 casos no ano anterior.

Principais agressores e tipos de violência

Um dado alarmante do relatório é que mais de 40% dos ataques foram promovidos por políticos, assessores e seus apoiadores. Entre as ocorrências mais frequentes estão agressão física (20,83%) e assédio judicial (15,97%) – prática que utiliza ações judiciais como instrumento de perseguição contra jornalistas.

Diante desse cenário, a presidente da Fenaj defendeu a inclusão dos jornalistas no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores e Ambientalistas, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, considerando a vulnerabilidade desses profissionais e garantindo segurança para o exercício da profissão.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Reimont (PT-RJ), enfatizou a importância da imprensa livre e da liberdade de expressão para o país: "Quando um jornalista é violado no seu direito, todos somos violados", afirmou durante o evento.

O relatório completo está disponível no site da Fenaj.