TST encerra semestre com recorde de teses vinculantes e avanços tecnológicos para enfrentar demanda processual

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) concluiu o primeiro semestre de 2025 com avanços significativos na uniformização do direito trabalhista e na implementação de soluções tecnológicas para enfrentar o crescente volume processual, conforme destacou o presidente da instituição, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, durante sessão do Órgão Especial realizada nesta terça-feira.

Crescimento expressivo de precedentes qualificados

Um dos principais destaques do semestre foi o aumento substancial na formação de precedentes qualificados. "Passamos de 24 precedentes até 2024, após uma década de vigência do sistema brasileiro de precedentes, para um total de 206 precedentes em junho de 2025", afirmou o presidente. Esta estratégia visa enfrentar o "crescimento geométrico" das demandas, que somente no primeiro semestre de 2025 alcançou mais de 248 mil recursos recebidos, dos quais 182 mil eram casos novos.

Nova estrutura de gestão processual

Inspirado nas práticas bem-sucedidas do STJ e do STF, o TST criou em outubro a Secretaria-Geral de Gestão de Processos para otimizar o exame de admissibilidade prévia dos recursos. Desde sua implementação, a secretaria analisou 131 mil recursos, com 44 mil considerados manifestamente inadmissíveis e já decididos pela Presidência, enquanto outros 87 mil foram analisados e triados conforme os temas jurídicos antes da distribuição.

Inteligência artificial a serviço da Justiça do Trabalho

Na frente tecnológica, o tribunal está implementando três sistemas inovadores: o MÍDIAS-JT, que transcreve arquivos de áudio e vídeo e entrará em operação em agosto; o CHAT-JT, ferramenta de inteligência artificial lançada em fevereiro que já conta com mais de 20 mil usuários; e o Sistema ÁguIA, primeiro sistema de IA generativa do TST, ainda em fase de testes, que promete acelerar o processo decisório automatizando etapas operacionais da análise jurídica.

Segundo o ministro Aloysio Corrêa da Veiga, as medidas implementadas podem reduzir em 6,4% o recebimento de processos, refletindo os primeiros resultados da pacificação de temas reafirmados e do sobrestamento nos TRTs. "A tecnologia torna-se uma aliada estratégica na superação dos desafios de volume e complexidade processual que marcam a atuação dos tribunais superiores", concluiu o presidente.

O TST se prepara para o futuro com novas dinâmicas e tecnologias, buscando combinar eficiência, velocidade, isonomia e segurança jurídica ao Poder Judiciário, substituindo antigas práticas por métodos mais eficazes de trabalho.