No dia 21 de abril de 1960, enquanto Brasília nascia como nova capital federal, o Supremo Tribunal Federal (STF) também escrevia um capítulo importante de sua história ao inaugurar sua nova sede na Praça dos Três Poderes. A sessão inaugural ocorreu às 9h30 da manhã, poucas horas após o presidente Juscelino Kubitschek receber simbolicamente a chave da cidade recém-construída.
Marco histórico para o Judiciário brasileiro
"Cabe-me, neste momento, a honra excepcional de inaugurar a sede do STF na nova capital", declarou o ministro Barros Barreto, então presidente da Corte, durante a cerimônia. Em seu discurso, ele destacou que "esta obra monumental parece simbolizar, na sua imponência, a magnitude e importância de um dos Poderes da República ― a Justiça ― em sua cúpula".
A arquitetura de Niemeyer: entre grandeza e leveza
O projeto arquitetônico da sede do STF, assinado por Oscar Niemeyer, foi concebido para transmitir uma mensagem clara: imponência e solidez, mas com a impressão visual de flutuar sobre a Praça dos Três Poderes. O conceito buscava expressar o equilíbrio entre grandeza e leveza que a instituição representa para a República brasileira, contrastando com o estilo eclético do antigo prédio do Supremo no Rio de Janeiro.
Transição gradual para a nova capital
Apesar da inauguração oficial ter ocorrido junto com a cidade, a transferência completa do STF para Brasília levou mais tempo. Foram decretadas férias forenses por 40 dias, período em que o Tribunal continuou funcionando provisoriamente no Rio de Janeiro até que toda a estrutura do Judiciário fosse transferida para a nova capital. A primeira sessão plenária na nova sede só aconteceria em 15 de junho daquele ano, consolidando a mudança definitiva da Corte Suprema para Brasília.