O segundo episódio da sétima temporada do programa Jornada, produzido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), aborda como as responsabilidades com o cuidado impactam diretamente a carreira e os salários das mulheres brasileiras. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que as mulheres dedicam semanalmente 11 horas a mais que os homens ao trabalho doméstico e de cuidado.
Disparidade salarial persiste apesar da maior escolaridade feminina
Segundo o 3° Relatório de Transparência Salarial e Igualdade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), embora as brasileiras possuam mais diplomas universitários e frequentem mais a escola, elas recebem apenas 68% do que os homens ganham pelo mesmo trabalho, na mesma função e hierarquia.
O programa apresenta depoimentos de trabalhadoras sobre os desafios de conciliar a vida profissional com as responsabilidades domésticas. Especialistas como a auditora fiscal Dercylete Lisboa Loureiro da Silva e a antropóloga Anahí Guedes de Mello analisam o cenário de desigualdade salarial considerando perspectivas de gênero, raça e deficiência.
Impactos na saúde mental e avanços legislativos
A psicóloga Thessa Guimarães, presidente do Conselho Regional de Psicologia do DF, aborda no programa a saúde mental das profissionais que acumulam tarefas domésticas com a carreira. Paula Montagner, Subsecretária de Estatísticas e Estudos do Trabalho do MTE, explica as mudanças trazidas pela Lei de Igualdade Salarial, regulamentada em 2023.
A ministra do TST Kátia Arruda compartilha sua pesquisa sobre o trabalho de cuidado a partir das interseccionalidades de raça, gênero e classe, além de abordar o trabalho não remunerado na subjugação do feminino e os preceitos da Convenção 156 da Organização Internacional do Trabalho.
O programa Jornada é exibido mensalmente e pode ser assistido pelo canal oficial do TST no YouTube e na TV Justiça. O próximo episódio, previsto para 7 de julho, abordará o tema "Etarismo e mercado de trabalho".