O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), anunciou que o corte de gastos primários entrará na agenda do Congresso Nacional e cobrou que o governo federal apresente medidas concretas para controle das despesas públicas. Durante sua participação no evento Brasília Summit, promovido pelo Grupo Lide e pelo jornal Correio Braziliense, Motta defendeu um novo modelo de Estado mais eficiente e menos perdulário.
Novo modelo de gestão pública
"Vamos colocar na ordem do dia um novo modelo de Estado, queremos um Estado mais eficiente, menos perdulário, com serviços de melhor qualidade, instituindo a meritocracia e aumentando a eficiência do nosso funcionalismo público", afirmou o presidente da Câmara durante o evento que debateu economia brasileira, agronegócio e mercado imobiliário.
Motta criticou a recente proposta do governo de taxar investimentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) com alíquota de 5% de Imposto de Renda, atualmente isentos. Segundo ele, a receptividade entre deputados e setor produtivo não foi positiva, e propostas de aumento de tributação sem apresentação de corte de gastos não serão aceitas pelo Parlamento.
Reforma administrativa em pauta
O presidente da Câmara revelou que, no início do próximo mês, uma série de propostas que compõem a reforma administrativa será apresentada aos líderes partidários. Ele também criticou o volume de R$ 800 bilhões em isenções fiscais sem avaliação de eficácia, classificando a situação como insustentável.
"Devido ao crescimento vertiginoso da despesa obrigatória, tivemos que tomar medidas de aumentar a arrecadação, mas chegou a hora de discutir as despesas obrigatórias, que podem levar nosso país a chegar a um estágio de ingovernabilidade, para quem quer que venha a ser o presidente da República", alertou Motta.
Oportunidades para o Brasil
Em seu discurso, o presidente da Câmara destacou que o Brasil tem potencial para ser um porto seguro para investimentos internacionais, especialmente no atual cenário de instabilidade global. No entanto, ressaltou que é necessário que o governo faça "o dever de casa do ponto de vista fiscal" para aproveitar essas oportunidades.
"O Brasil tem crescido mais pautado no consumo e, mesmo com o gasto público elevado, temos geração de empregos. Para chegar perto da perfeição é só o governo fazer o dever de casa do ponto de vista fiscal", concluiu.