Presidente da Amar Brasil se cala em CPMI sobre fraudes de R$ 700 milhões no INSS

05/12/2025 10:00 Central do Direito
Presidente da Amar Brasil se cala em CPMI sobre fraudes de R$ 700 milhões no INSS

O presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), Américo Monte Júnior, permaneceu em silêncio durante a maior parte de seu depoimento na CPMI do INSS nesta quinta-feira (4). Protegido por habeas corpus concedido pelo ministro Nunes Marques do STF, ele respondeu apenas questões básicas sobre parentesco e patrimônio.

Enriquecimento questionado pelos parlamentares

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), destacou que Monte Júnior recebeu auxílio emergencial entre 2020 e 2021 e se tornou multimilionário em quatro anos. Segundo a Polícia Federal, o empresário possui diversos carros de luxo, levantando suspeitas sobre a origem de sua fortuna.

Esquema de R$ 700 milhões investigado

Gaspar apresentou gráfico mostrando ligações entre associações e empresas supostamente contratadas para prestação de serviços. O conjunto de entidades ligadas a Monte Júnior pode ter recebido mais de R$ 700 milhões através de fraudes em descontos de benefícios de aposentados e pensionistas.

Para o relator, a Amar Brasil e outras entidades são organizações de fachada criadas para viabilizar os descontos fraudulentos. O deputado Rogério Correia (PT-MG) apontou que essas entidades "não prestavam serviço nenhum" e acumulavam grandes volumes para lavagem de dinheiro.

Críticas ao habeas corpus

O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), criticou a concessão de habeas corpus para depoentes, classificando como manifestação de "desequilíbrio entre os poderes". Viana destacou que a investigação representa "um acerto moral de contas do Brasil com a geração que construiu este país".