OAB busca representatividade feminina no sistema judiciário
O Conselho Federal da OAB encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) uma solicitação para que os crachás de identificação adotem a flexão de gênero para profissionais mulheres. O ofício, direcionado ao ministro Herman Benjamin, presidente do STJ, propõe que as profissionais sejam identificadas como "advogadas", seguindo o padrão já utilizado nas carteiras profissionais da Ordem.
Impacto simbólico da linguagem inclusiva
Segundo o presidente nacional da OAB, Beto Simonetti, a medida possui significado que vai além da aparente simplicidade. "A adoção da designação 'advogada' nos crachás do STJ reafirma nossa busca por um sistema de Justiça que reflita, em sua linguagem e práticas, a diversidade real da advocacia", declarou o dirigente.
Mulheres são maioria na advocacia brasileira
A relevância da solicitação se intensifica diante do perfil atual da advocacia no país. Conforme dados do Cadastro Nacional da Advocacia, as mulheres representam a maioria dos profissionais, totalizando 764.922 advogadas, o que corresponde a 52% da classe.
Fortalecimento da presença feminina
Para Dione Almeida Santos, presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada, iniciativas dessa natureza contribuem para o avanço da igualdade de gênero. "Essa iniciativa é um passo importante rumo à igualdade de gênero e à própria democracia, porque fortalece a presença das mulheres advogadas nos espaços públicos", enfatizou.
A OAB esclarece que o pedido não estabelece obrigações ao tribunal, mas oferece uma alternativa de identificação alinhada ao gênero registrado na inscrição profissional, promovendo maior coerência entre os sistemas de identificação utilizados.