A nova ministra das Mulheres, Márcia Lopes, afirmou nesta terça-feira (7) que não admitirá recuos nos trabalhos da Pasta, reforçando o compromisso de avançar no combate à violência política de gênero. A declaração foi feita durante sua primeira visita oficial à Câmara dos Deputados após tomar posse na segunda-feira.
"Nós não haveremos de recuar, ao contrário. Nós vamos buscar aliadas e aliados, porque nós queremos uma sociedade de paz, uma sociedade que nos respeite", destacou a ministra durante coletiva de imprensa, onde recebeu um documento da Secretaria da Mulher contendo projetos de lei em tramitação e recomendações orçamentárias.
Apoio às candidatas nas eleições de 2026
A coordenadora-geral da Secretaria dos Direitos da Mulher, deputada Benedita da Silva (PT-RJ), solicitou apoio da Pasta para combater a violência contra mulheres candidatas nas eleições de 2026. "É preciso que contemos com o Ministério da Mulher para nossas campanhas, para que nossas candidatas sejam realmente protegidas e tenhamos mecanismos para criminalizar judicialmente quem cometa violência política", afirmou.
PEC propõe renomear a Câmara dos Deputados
Durante o evento, deputadas apresentaram minuta de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para alterar a denominação oficial da Casa para "Câmara dos Deputados e das Deputadas". A iniciativa, que ainda está na fase de coleta de assinaturas, precisa do apoio de pelo menos 171 parlamentares para começar a tramitar.
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), presidenta da Comissão em Defesa dos Direitos das Mulheres e autora da proposta, defendeu que a mudança não é "meramente uma questão de gramática". "Um país que quer aprimorar a democracia precisa parar de nos esconder nas palavras. Não mencionar é também nos deixar ausentes na nossa presença", argumentou, citando Paulo Freire para reforçar que o projeto "não é sobre gramática, e sim sobre ideologia".
Também participaram do evento as deputadas Maria do Rosário (PT-RS) e Jack Rocha (PT-ES), reforçando o compromisso coletivo com a ampliação da representatividade feminina nos espaços políticos.