Mercado clandestino de apostas causa prejuízo de R$ 10,8 bilhões anuais ao Brasil

20/08/2025 21:00 Central do Direito
Mercado clandestino de apostas causa prejuízo de R$ 10,8 bilhões anuais ao Brasil

O mercado ilegal de apostas esportivas online representa um dos maiores desafios para o setor regulamentado no Brasil, causando prejuízos milionários aos cofres públicos. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (20), especialistas revelaram dados alarmantes sobre a extensão das operações clandestinas no país.

Dimensão do problema

Segundo Fernando Vieira, presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, aproximadamente metade das empresas de apostas online opera de forma ilegal no Brasil. O mercado regulamentado movimenta cerca de R$ 38 bilhões, enquanto as estimativas apontam que o setor clandestino movimenta entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões anualmente.

Impacto na arrecadação tributária

O principal prejuízo identificado pelos especialistas é a perda de arrecadação governamental. "O que nos preocupa é o quanto o governo, o quanto a sociedade, perde de arrecadação, da casa dos R$ 10,8 bilhões por ano, devido à incapacidade de se recolher qualquer tipo de imposto desse mercado ilegal", destacou Vieira durante o debate.

Ações de fiscalização

André Wainer, coordenador de Monitoramento e Lavagem de Dinheiro da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, informou que existem atualmente 80 empresas autorizadas a operar no mercado brasileiro. Desde o início da fiscalização, foram bloqueados aproximadamente 17 mil sites ilegais, uma média superior a 1,7 mil páginas mensais.

Estratégias de combate

O deputado Caio Vianna (PSD-RJ) defendeu que o combate mais eficaz às empresas ilegais deve ocorrer através da "asfixia financeira", focando nos meios de pagamento utilizados pelas plataformas clandestinas. "Só ficar derrubando site, não vai resolver o problema, porque a capacidade desses criminosos de levantar um site em localidades diferentes do planeta é muito rápida", argumentou o parlamentar.