Presidente da Câmara retoma trabalhos após dois dias de protesto
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), retomou oficialmente os trabalhos do Plenário na noite desta quarta-feira (6), às 22h24, após dois dias de ocupação da Mesa Diretora por deputados da oposição. Em discurso firme, Motta defendeu que o respeito à Mesa é "inegociável" e estabeleceu limites claros para futuras manifestações.
Limites para protestos e defesa do regimento
Durante sua fala, o presidente enfatizou que "até quando ultrapassamos o nosso limite, tem limite". Motta criticou os atos de obstrução física ocorridos nos últimos dias, afirmando que não foram "condizentes com a história" da Casa e reforçando a necessidade de obediência ao Regimento Interno e à Constituição.
"A oposição tem todo o direito de se manifestar, mas isso tem de ser feito obedecendo o Regimento e a Constituição. Não vamos permitir que atos como os de ontem e de hoje possam ser maiores do que o Plenário e a vontade desta Casa", declarou o presidente.
Contexto do protesto e demandas da oposição
Os deputados da oposição protestavam contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Entre as demandas estão a votação do projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 (PL 2858/22) e a PEC que acaba com o foro privilegiado para deputados (PEC 333/17).
Compromisso com o diálogo institucional
Apesar da firmeza demonstrada, Motta reiterou seu compromisso com o diálogo, prometendo conversar "sem nenhum preconceito com qualquer pauta". O presidente destacou que projetos individuais ou eleitorais não podem estar à frente dos interesses do povo brasileiro, enfatizando a necessidade de uma "agenda pró-País".
A crise evidencia as tensões políticas atuais no Congresso Nacional, mas também demonstra os limites institucionais que devem ser respeitados mesmo em momentos de alta polarização política.