O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), manifestou-se a favor da pacificação nacional como forma de enfrentar a crescente radicalização política no Brasil. Durante evento promovido pela Associação Comercial de São Paulo nesta segunda-feira (7), Motta abordou temas sensíveis como a anistia aos acusados de tentativa de golpe de Estado e a proposta de mudança na escala de trabalho semanal.
Diálogo institucional como caminho para pacificação
Segundo Motta, a discussão sobre anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 é legítima, mas ele enfatiza que o afastamento das instituições não é o caminho para solucionar a crise. "Não vamos ficar restritos a um só tema, vamos levar essa decisão ao Colégio de Líderes, vamos conversar com o Senado e com os Poderes Judiciário e Executivo, para que uma solução de pacificação possa ser dada", afirmou o parlamentar.
O presidente da Câmara reconheceu a legitimidade da obstrução regimental promovida pelo PL, mas destacou que outras pautas importantes para o país não podem ser negligenciadas. "Vamos tratar as pautas dos outros partidos, não podemos ficar uma Casa de uma pauta só", defendeu.
Escala 6x1 e viabilidade econômica
Questionado sobre a Proposta de Emenda à Constituição que pretende acabar com a escala de trabalho de seis dias por semana, Motta adotou postura cautelosa. Embora reconheça o mérito da proposta, ele ressaltou a necessidade de avaliar sua viabilidade econômica para o país.
"Eu não discuto a justiça da proposta. Eu discuto se a proposta é viável para o país ou não. É claro que todo trabalhador sonha com a redução da jornada de trabalho, ganhando a mesma coisa, e ninguém está aqui para dizer que isso está errado", ponderou o presidente da Câmara, alertando contra o que chamou de "populismo barato" ao tratar do tema.