O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) anunciou nesta quinta-feira (17) a suspensão da greve de fome que mantinha há nove dias em protesto contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que recomendou a cassação de seu mandato.
Acordo com a presidência da Câmara
A decisão de interromper o protesto veio após um compromisso firmado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que garantiu não colocar o processo de cassação em votação no Plenário durante um período de 60 dias após a deliberação do recurso do parlamentar na Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ).
Em publicação nas redes sociais, Motta confirmou o acordo, revelando que discutiu o assunto com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ): "Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso ao Plenário antes de 60 dias, para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar. Após esse período, as deputadas e os deputados poderão soberanamente decidir sobre o processo".
Continuidade da luta política
Em entrevista coletiva ao deixar a Câmara, cercado por militantes e apoiadores, Glauber Braga agradeceu aos movimentos sociais que o apoiaram durante o protesto e enfatizou que, embora esteja suspendendo a greve de fome, não interromperá suas bandeiras políticas: "Estamos suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto, não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos assassinos de Marielle Franco, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão".
O caso de Glauber Braga ganhou destaque após o Conselho de Ética aprovar a cassação de seu mandato. O deputado agora terá dois meses adicionais para articular sua defesa antes de uma possível votação definitiva no plenário da Câmara dos Deputados.