Estatais defendem patrocínios esportivos como estratégia de negócios e responsabilidade social

Representantes de empresas estatais brasileiras defenderam nesta quarta-feira (10) seus investimentos em patrocínio esportivo durante audiência na Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados. O encontro teve como objetivo esclarecer como são distribuídas as verbas destinadas ao setor, respondendo a questionamentos sobre possíveis irregularidades.

Caixa lidera investimentos no esporte olímpico

O gerente nacional de Patrocínio da Caixa, Alexandro Gidaro, revelou que entre 2001 e 2024 foram destinados R$ 771 milhões ao esporte olímpico e paralímpico. Segundo ele, as Loterias Caixa repassam diariamente mais de R$ 5 milhões ao esporte brasileiro, atendendo cerca de 17 mil pessoas através de confederações e comitês esportivos.

Para o ciclo olímpico de 2028, com as Olimpíadas de Los Angeles, a Caixa prevê investir R$ 490 milhões. O executivo enfatizou que o patrocínio faz parte do planejamento estratégico da instituição financeira.

Banco do Brasil aposta em conexão com público jovem

O Banco do Brasil também justificou seus investimentos esportivos como estratégia de marketing para ampliar negócios. Gustavo Tocantins, gerente de soluções da Diretoria de Marketing, destacou que a instituição patrocina modalidades como skate para se conectar com o público jovem há mais de 30 anos, utilizando recursos próprios sem recorrer à lei de incentivo ao esporte.

Petrobras foca em responsabilidade social

A Petrobras destina 4% de sua carteira de investimentos sociais ao esporte, representando R$ 54 milhões de um orçamento total de R$ 1,5 bilhão para 2025-2029. Diferentemente da Caixa, a petroleira prioriza projetos de atendimento direto a crianças e adolescentes de 6 a 17 anos no contraturno escolar, beneficiando mais de 16 mil pessoas.

Correios suspendem patrocínios por reestruturação

Em contraste com as demais estatais, os Correios informaram que zeraram seus investimentos em eventos esportivos e culturais desde 2019. A empresa, que havia investido mais de R$ 33 milhões entre 2015 e 2019, suspendeu os patrocínios devido a processo de reestruturação financeira interna, sem previsão para retomada.

O deputado Max Lemos (PDT-RJ), autor do requerimento da audiência, afirmou que as explicações demonstraram a transparência dos processos e rebateram denúncias infundadas sobre irregularidades no uso dos recursos públicos para patrocínio esportivo.