Deputadas federais brasileiras apresentaram na COP30 propostas inovadoras para enfrentar a crise climática com foco na perspectiva de gênero, destacando a necessidade de incluir mulheres no centro das políticas de adaptação climática.
Projeto mapeia violência climática contra mulheres
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, apresentou o projeto "Sem Mulher Não Tem Clima", que visa mapear e monitorar a violência decorrente da crise climática. A iniciativa surge em resposta a relatório da ONU que prevê 158 milhões de mulheres sendo levadas à pobreza por eventos climáticos extremos.
"Cidades resilientes precisam ser pensadas a partir da perspectiva feminina, porque a política e a cura também são femininas", afirmou Xakriabá durante o painel "Cidades que cuidam, Mulheres pela Adaptação Climática".
Adaptação urbana com foco em comunidades vulneráveis
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP), coordenadora da Frente Parlamentar dos Centros Urbanos, defendeu a inclusão dos espaços urbanos no debate climático. Ela citou desastres em Rio Bonito do Iguaçu (PR) e no Jardim Pantanal (SP) como exemplos da necessidade de soluções que regenerem ecossistemas e fortaleçam comunidades historicamente vulnerabilizadas.
Década de Cooperação Parlamentar proposta
A deputada Jack Rocha (PT-ES), coordenadora-geral da Secretaria da Mulher, propôs a criação da Década de Cooperação Parlamentar para ampliar a integração entre parlamentos na agenda climática. A bancada feminina busca fortalecer a atuação em fóruns internacionais como G20 e B20.
As propostas apresentadas pelas deputadas na COP30 representam um avanço significativo na inclusão da perspectiva de gênero nas políticas climáticas, reconhecendo que mulheres são desproporcionalmente afetadas pelas mudanças climáticas e devem ser protagonistas nas soluções.