Durante seminário realizado nesta terça-feira (5) na Câmara dos Deputados, ministras e parlamentares apresentaram estratégias para assegurar a participação ativa de mulheres, povos tradicionais e sociedade civil na COP 30, conferência climática da ONU marcada para novembro em Belém, no Pará.
Protocolo de proteção e mobilização nacional
A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou que a conferência terá um "dia do gênero" dedicado às lideranças femininas. Está sendo elaborado um protocolo específico para proteção das mulheres durante emergências climáticas, além de uma agenda focada em questões de gênero, raça e território.
"Nós temos 28 segmentos de povos e comunidades tradicionais. Vamos prever tudo que a gente precisa e tem o dever de realizar e também pensar o depois da COP 30", afirmou a ministra, ressaltando a mobilização através da 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres.
Demarcação territorial como política climática
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, enfatizou a importância da demarcação de territórios como estratégia de mitigação climática. "Território indígena demarcado e protegido contra invasões captura gases de efeito estufa da atmosfera, e isso é um fato científico", declarou durante o evento.
A 4ª Marcha das Mulheres Indígenas, que reúne cerca de 7 mil lideranças em Brasília, reforça a relevância dos conhecimentos ancestrais para a proteção ambiental. Entre as metas estabelecidas estão a busca por 20% dos recursos do Fundo Tropical das Florestas e 2 bilhões de dólares do Fundo de Compromisso Climático para gestão territorial indígena.
Projeto de lei e campanha nacional
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) trabalha pela aprovação do Projeto de Lei 3640/25, que visa organizar dados sobre impactos da crise climática na vida de mulheres e meninas brasileiras. A parlamentar também lidera a campanha "Sem mulher não tem clima", buscando expandir a iniciativa para 150 países até a realização da COP 30.
O seminário, promovido pelas comissões de Meio Ambiente, das Mulheres e da Amazônia e Povos Originários, demonstra o esforço brasileiro em posicionar grupos historicamente marginalizados como protagonistas nas discussões climáticas globais, reconhecendo seu papel fundamental na busca por soluções sustentáveis.