Coordenador do Fórum do BRICS defende menos ideologia e mais autonomia frente aos EUA

03/06/2025 19:00 Central do Direito
Coordenador do Fórum do BRICS defende menos ideologia e mais autonomia frente aos EUA

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), coordenador do Fórum Parlamentar do BRICS, defendeu nesta terça-feira (3) uma abordagem mais pragmática e menos ideológica nas relações internacionais do bloco, especialmente em questões que envolvem soberania nacional e desenvolvimento econômico.

Alternativas ao dólar e críticas aos EUA

Durante coletiva de imprensa, Pinato destacou iniciativas para reduzir a dependência do dólar no comércio internacional e como lastro para reservas financeiras. A preocupação surge em resposta às sanções impostas pelos Estados Unidos a países do Sul Global.

"Infelizmente, uma grande potência que poderia muitas vezes evitar tantas guerras, liderar o mundo de uma maneira mais harmônica e justa, na verdade, praticamente está impondo o medo", criticou o parlamentar, que prometeu colocar em pauta no BRICS a questão da soberania nacional.

Troca de experiências legislativas

O deputado enfatizou que o encontro com parlamentares dos países do BRICS deve ir além de oportunidades comerciais, contribuindo também para avanços legislativos. Pinato destacou que o Brasil pode compartilhar experiências positivas, especialmente na questão do papel das mulheres, ajudando a "flexibilizar países que são mais rígidos".

Regulamentação da inteligência artificial

No campo tecnológico, Pinato busca exemplos de como China, Índia e Rússia estão desenvolvendo e regulamentando a inteligência artificial. "Nós temos que olhar porque, de alguma forma, eles estão conseguindo controlar isso para o bem. O Brasil pode aprender muito com esses países, olhar a legislação, copiar, o que deve bloquear, sempre respeitando a liberdade de expressão", afirmou.

O Fórum Parlamentar do BRICS discutirá um documento com propostas para promover governança global mais inclusiva e sustentável, abordando temas como cooperação em saúde, comércio, investimentos, mudanças climáticas, governança da IA e reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança.