A partir desta quinta-feira (24), o Salão Negro do Congresso Nacional abriga a exposição "J. Borges: Poesia e Arte", reunindo mais de 70 peças do renomado mestre da xilogravura e do cordel pernambucano. A mostra marca a primeira exibição individual em espaço público desde o falecimento do artista em julho de 2024, no ano em que completaria 90 anos.
Legado cultural nordestino no coração de Brasília
Com uma abordagem cronológica, a exposição destaca momentos importantes dos 88 anos de vida e 60 anos de carreira do artista. O 1º secretário da Câmara, deputado Carlos Veras (PT-PE), ressaltou durante a abertura na quarta-feira (23): "Promover a exposição neste espaço simbólico do Parlamento brasileiro é muito mais do que uma iniciativa cultural, é um ato político da afirmação da nossa identidade nordestina, de nossa identidade nacional."
O artista completo de Bezerros
Lucielle Laurentino, prefeita de Bezerros (PE), cidade natal de J.Borges, destacou a completude do artista: "Ele fazia a xilogravura, ele escrevia a poesia, ele fazia o livro todo". Foi ao pensar na capa de seus cordéis que J.Borges aprimorou a técnica da xilogravura, apresentando-a ao mundo com seu estilo peculiar de trabalhar a madeira.
Três núcleos temáticos
A mostra está organizada em três eixos principais: religiosidade, sertão e núcleo social, abordando costumes e tradições do povo nordestino. O acervo inclui peças do Memorial J.Borges, espaço criado pelo próprio artista e hoje administrado por sua família em Bezerros.
Após 6 de junho, a exposição seguirá para o Museu de Arte de Brasília, onde J.Borges nunca realizou uma mostra individual, apenas participou de exposições coletivas. Posteriormente, o acervo retornará a Pernambuco, completando o ciclo de homenagens ao artista que elevou a xilogravura nordestina a um patamar internacional.