Os líderes partidários da Câmara dos Deputados definiram para esta quarta-feira (12) a votação do projeto de lei que combate facções criminosas (PL 5582/25), durante reunião com o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB).
Pontos Controversos em Negociação
As discussões se concentram em dois aspectos mais polêmicos do relatório apresentado pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP): a modificação das atribuições da Polícia Federal e a equiparação da atuação de facções criminosas ao crime de terrorismo.
Críticas da Oposição
O líder da federação PT-PCdoB-PV, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), criticou duramente a escolha de Derrite como relator, afirmando que o parlamentar "desfigurou o projeto" e promove "o maior ataque à Polícia Federal já visto". Segundo Farias, a nova versão cria confusão entre as jurisdições federal e estadual.
O líder petista também denunciou que o texto retoma propostas de "blindagem" a parlamentares, citando como exemplo que operações como a Carbono Oculto não existiriam nos termos propostos. Farias declarou os dois pontos controversos como "inegociáveis".
Defesa do Relator
Em contrapartida, o líder do PP, deputado Doutor Luizinho (RJ), defendeu Derrite como "parlamentar qualificado" com experiência no combate a facções durante sua passagem pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O líder do MDB, Isnaldo Bulhões (AL), também apoiou a indicação, destacando a "carreira ilibada" do relator.
Busca por Consenso
O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), informou que buscará entendimento no Palácio do Planalto ainda hoje, com expectativa de modificações no texto até a votação de amanhã. Os líderes demonstram otimismo quanto à possibilidade de construir consenso nas questões centrais do projeto.