Representantes do governo e especialistas debateram os principais desafios na política de combate ao câncer de mama durante seminário realizado na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (29).
Cobertura de rastreamento preocupa
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), apenas 24% das mulheres entre 50 e 69 anos realizaram mamografia de rastreamento em 2024. O índice está muito abaixo dos 70% recomendados por organizações internacionais para controle eficaz da doença.
A cobertura apresenta grandes disparidades regionais, variando entre 5% em Roraima e 33% no Espírito Santo. "O Norte e Nordeste têm taxas muito abaixo do ideal", destacou Renata Maciel, representante do Inca.
Ampliação da faixa etária
O Ministério da Saúde ampliou a idade limite para rastreamento ativo de 69 para 74 anos, já que quase 60% dos casos se concentram na faixa de 50 a 74 anos. Em 2024, o SUS realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias de rastreamento.
Avanços no tratamento
Entre os avanços destacados está a aquisição pelo Ministério da Saúde do medicamento Trastuzumabe Entansina, para tratamento de câncer de mama mais agressivo. A compra atenderá 100% da demanda atual no SUS, beneficiando 1.144 pacientes ainda em 2025.
Desafios de informação
Estudo do Instituto Natura revelou que apenas 29% das mulheres brasileiras têm informações suficientes sobre saúde das mamas. Além disso, 86% não sabem que têm direito à mamografia gratuita pelo SUS mesmo sem sintomas.
O seminário "Rumo a Zero Mortes Evitáveis por Câncer de Mama" foi organizado pela Secretaria da Mulher da Câmara e integra as ações do Outubro Rosa.