Em manifestação sobre os 40 anos da redemocratização do Brasil, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, destacou as marcas deixadas pelo período ditatorial e refletiu sobre os avanços e desafios da democracia brasileira.
Entre cicatrizes do passado e desafios do presente
"A minha geração traz as cicatrizes da ditadura e viveu as promessas da democracia. Nem todas se realizaram, mas somos hoje muito melhores do que éramos ontem", afirmou o ministro, reconhecendo os progressos alcançados nas últimas quatro décadas.
Barroso destacou que o país ainda enfrenta problemas estruturais significativos: "Ainda temos dívidas históricas a saudar com relação à pobreza e à desigualdade. O autoritarismo flui pelas promessas não cumpridas da democracia, de prosperidade e de oportunidade para todos. Precisamos honrá-las."
Brasil como referência democrática
Em um cenário internacional de crescentes tensões democráticas, o presidente do STF manifestou otimismo quanto ao papel do Brasil: "Nesse momento em que há escuridão no horizonte global, nós podemos ser as luzes do caminho. Tenho muita fé no Brasil e creio que com integridade, civilidade, idealismo, competência e progresso social, temos tudo para sermos a sensação do mundo. Democracia sempre."
A declaração do ministro ocorre em um momento simbólico para a história política brasileira, quando o país completa quatro décadas desde o fim do regime militar e o início da transição para a democracia, processo que culminaria na Constituição de 1988.