Deputados do PT e do PSOL anunciaram obstrução às votações em Plenário como forma de protesto contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, que aprovou o pedido de cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) por 13 votos a 5. A decisão final sobre a cassação caberá ao Plenário da Casa.
Crise institucional e protesto com greve de fome
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), alertou que a situação trouxe "para o colo" da Câmara uma crise de enormes proporções. Glauber Braga anunciou que permanecerá em greve de fome enquanto durar seu processo de cassação, sendo acompanhado pela deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), de 90 anos, que decidiu permanecer ao seu lado no plenário do Conselho de Ética.
A líder do PSOL, deputada Talíria Petrone (RJ), classificou a decisão como "desproporcional" e afirmou que há um acordo para silenciar o deputado. "O problema não é Glauber. É um ataque à esquerda, à democracia, a este Parlamento. Essa decisão absurda envergonha o Brasil", declarou.
Questionamentos sobre o processo
O deputado Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) questionou o fato de a Ordem do Dia ter começado próxima das 19h, diferentemente do acordo estabelecido com o presidente da Câmara, Hugo Motta, que se comprometeu a iniciar as votações às 16h. "Hoje, excepcionalmente, a Ordem do Dia só começou agora com a votação da cassação do Glauber", afirmou.
Por outro lado, o deputado André Fernandes (PL-CE) criticou a obstrução, alegando que "o PT e o PSOL estão dando um recado de que os interesses pessoais estão acima dos interesses da população brasileira".
Entenda o processo de cassação
O processo contra Glauber Braga foi aberto a pedido do partido Novo, que acusou o parlamentar de quebra de decoro por ter expulsado da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. O deputado afirmou que reagiu a provocações do integrante do MBL, que tem, segundo ele, um histórico de provocações em sequência.