Parlamentares do Psol e do PT anunciaram obstrução às votações no Plenário da Câmara dos Deputados em resposta à decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que aprovou por 13 votos a 5 o pedido de cassação do deputado Glauber Braga (Psol-RJ). A decisão final sobre o mandato do parlamentar fluminense ainda depende de votação no Plenário.
Crise política e greve de fome
O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), alertou que a decisão do Conselho trouxe "para o colo" da Câmara uma crise de grandes proporções. A situação agravou-se quando Glauber Braga anunciou que permanecerá sem se alimentar enquanto durar seu processo de cassação, sendo acompanhado pela deputada Luiza Erundina (Psol-SP), de 90 anos, que também aderiu à greve de fome em solidariedade.
Críticas ao processo e horário das votações
O vice-líder do Psol, deputado Pastor Henrique Vieira (RJ), questionou o início tardio da Ordem do Dia, que começou próximo às 19h desta quarta-feira (9), contrariando o compromisso do presidente da Casa, Hugo Motta, de iniciar as votações às 16h. Para o parlamentar, o atraso estaria relacionado ao processo contra Glauber Braga.
A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ), classificou a decisão do Conselho de Ética como "autoritária e absurda", afirmando que representa "um ataque à esquerda, à democracia e ao Parlamento". Segundo ela, a cassação seria desproporcional e abriria um precedente perigoso.
Oposição critica obstrução
Em contrapartida, o deputado André Fernandes (PL-CE) criticou a obstrução, alegando que PT e Psol estariam colocando "interesses pessoais acima dos interesses da população brasileira", prejudicando a análise de projetos como o PL 127/24, que cria programa de saúde mental para pessoas idosas.