Os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), defenderam um maior alinhamento entre os países do BRICS em pautas globais estratégicas durante o 11º Fórum Parlamentar do bloco, encerrado nesta quinta-feira (5).
Cooperação parlamentar para fortalecimento do bloco
Durante entrevista coletiva, os presidentes destacaram que todos os acordos celebrados entre os países do BRICS necessitam da aprovação de seus respectivos parlamentos, justificando a importância crescente da participação do Poder Legislativo nesses fóruns internacionais.
"A cada ano, nossas exportações aumentam, abrindo mercados internacionais, e isso tem sido importante para a economia brasileira", afirmou Motta, que também defendeu o multilateralismo "sem imposições e sem ficar a reboque de decisões unilaterais".
Perspectivas para uma moeda comum
Hugo Motta reconheceu que a implementação de uma moeda única entre os países do BRICS ainda tem "um longo caminho a percorrer", mas destacou que já existe um alinhamento crescente nas ações políticas e econômicas do bloco.
"A tendência é que esse bloco comercial possa chegar no futuro e tomar uma decisão como essa de maneira responsável e que não haja nenhum retrocesso para os países envolvidos", explicou o presidente da Câmara.
Banco de Desenvolvimento e meio ambiente
Davi Alcolumbre enfatizou a importância do Banco de Desenvolvimento do BRICS como instrumento para fortalecer as relações entre os países membros. "É a partir da relação interparlamentar que vamos construir a agenda dos governos, porque os acordos de cooperação se consolidam a partir da aprovação dos parlamentos", destacou.
Questionado sobre o projeto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental (PL 3729/04), Motta afirmou que o tema não foi debatido nos encontros bilaterais, mas ressaltou que "o mundo não pode cobrar do Brasil aquilo que ele não fez no passado em relação à preservação do meio ambiente".
O BRICS é atualmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã, representando um importante bloco econômico e geopolítico global.