OAB propõe mentalidade constitucional para além do texto da Carta de 1988

Em artigo publicado no aniversário de 37 anos da Constituição Federal, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, presidente da Comissão Nacional de Estudos Constitucionais da OAB, propõe uma reflexão sobre a necessidade de desenvolver uma "mentalidade constitucional" que transcenda o conhecimento formal do texto legal.

Efetividade constitucional depende de práticas sociais

O jurista argumenta que a verdadeira efetividade da Constituição não reside apenas em sua previsão formal, mas nas práticas sociais comprometidas com os valores democráticos. Segundo Coêlho, "a mentalidade constitucional não se resume a conhecer os direitos e deveres inscritos na Carta. Exige vivê-los".

Tolerância e rejeição ao autoritarismo no cotidiano

O presidente da comissão enfatiza que essa mentalidade constitucional se manifesta no dia a dia através do respeito à dignidade humana, da prática da tolerância e da rejeição ao autoritarismo, "mesmo quando se apresenta de maneira sedutora ou conveniente".

Democracia como espaço comum de divergências

Para o jurista, defender a Constituição em tempos de polarização significa preservar "o espaço comum da democracia, onde divergências podem coexistir sem se tornarem inimigas da convivência". Esta visão reforça a importância do diálogo democrático mesmo em contextos de forte divisão política.

O artigo completo está disponível na Revista Consultor Jurídico e marca uma importante reflexão sobre os desafios contemporâneos da aplicação constitucional no Brasil.