Censo nacional revela perfil e desafios da jovem advocacia brasileira
A OAB Nacional concluiu o maior levantamento já realizado com jovens advogados no país. O censo "Fala Jovem Advocacia" reuniu mais de 71 mil participantes com até cinco anos de inscrição, entre setembro e novembro de 2024, sob coordenação da Ouvidoria da Jovem Advocacia.
Principais desafios identificados pelos jovens profissionais
O estudo revelou que 41% dos respondentes enfrentam dificuldades para conseguir clientes no início da carreira. Além disso, 51,5% consideram o aviltamento de honorários como a principal violação de prerrogativas profissionais. Os dados também apontam problemas na precificação de serviços, instabilidade financeira e altos custos para manter estruturas de trabalho.
Perfil da nova geração de advogados
Os resultados mostram uma advocacia em transformação: quase 60% dos participantes são mulheres, refletindo o crescimento da presença feminina na profissão. A maioria tem entre 26 e 35 anos, sendo que 39% possuem apenas um ano de inscrição na OAB. Mais da metade já enfrentou violações de prerrogativas, incluindo tratamento desrespeitoso em audiências e restrições à atuação profissional.
Ações futuras baseadas no diagnóstico
Segundo o ouvidor-geral Marcos Vinícius Jardim Rodrigues, o levantamento oferece "uma sinalização clara sobre o que a jovem advocacia espera da OAB". O relatório será apresentado ao Conselho Federal e orientará políticas para o período 2025-2028, incluindo interiorização da estrutura da OAB, ampliação de coworkings, ferramentas digitais e formação prática através das Escolas Superiores da Advocacia.
A ouvidora nacional Vitória Jeovana Uchôa destacou que o objetivo é "fazer da OAB um espaço cada vez mais acolhedor, inclusivo e eficiente" para profissionais iniciantes, com base na realidade vivenciada por quem está "na linha de frente da advocacia".
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