O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, promoveu um encontro nesta quarta-feira (7) com 35 estudantes de direito negros e quilombolas que integram o programa "Vivências SAJ: o Jurídico para Equidade e Diversidade". A iniciativa resulta de parceria entre a Casa Civil da Presidência da República e o Ministério da Igualdade Racial.
Linguagem clara e escuta ativa como fundamentos do Direito
Durante o diálogo com os universitários, Barroso enfatizou dois elementos que considera essenciais na prática jurídica: o uso de linguagem acessível e a capacidade de ouvir diferentes perspectivas. "Falar de forma clara é um gesto de respeito. A simplicidade exige estudo e compreensão", destacou o ministro, que também manifestou orgulho de sua atuação como professor de direito constitucional na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O magistrado sublinhou ainda a importância do princípio do contraditório: "No Direito, ouvir os dois lados antes de formar uma opinião é regra número um. A profissão exige empatia e abertura para diferentes pontos de vista".
Relatividade no mundo jurídico
Ao encerrar a conversa, Barroso aconselhou os futuros juristas a evitarem posições dogmáticas. "O mundo do direito envolve uma certa relatividade. Em muitas situações, há mais de um ponto de vista legítimo. É preciso compreender as razões do outro, mesmo que não concordemos com elas".
Sobre o programa "Vivências SAJ"
Em sua primeira edição, o programa selecionou estudantes negros e quilombolas que cursam a partir do 8º período de direito em instituições de todo o país. Durante esta semana, os participantes visitam órgãos públicos e participam de oficinas sobre elaboração normativa, políticas antirracistas e o funcionamento dos três Poderes.