Líderes do PT e PL divergem sobre redução de penas dos condenados do 8 de janeiro

Os líderes do PT e do PL manifestaram posições opostas sobre a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), de colocar em votação o projeto que prevê redução de penas para condenados pela tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.

PT critica projeto como privilégio a Bolsonaro

O líder do PT, deputado Lindbergh Farias (RJ), expressou surpresa com a decisão de Motta e classificou a proposta como inaceitável. "É inaceitável que o Parlamento queira reduzir a pena de Bolsonaro. Estamos fazendo uma lei específica para privilegiar o Bolsonaro", criticou o parlamentar.

Farias relacionou o projeto ao anúncio de Flávio Bolsonaro como candidato e sua posterior admissão de desistência "a um preço", sugerindo que esse seria o início do pagamento desse acordo político.

Base governista promete resistência

O líder petista afirmou que o texto é inconstitucional e que os partidos da base governista lutarão contra sua aprovação. Segundo Farias, mesmo se aprovado na Câmara, o projeto ainda precisará passar pelo Senado, enfrentar possível veto presidencial e, em última instância, ser analisado pelo Supremo Tribunal Federal.

PL defende anistia e apoia proposta

Em posição contrária, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), confirmou que o partido orientará sua bancada a votar favoravelmente ao projeto. O parlamentar afirmou que um acordo foi construído com participação do ex-presidente Bolsonaro para iniciar a anistia aos condenados pelo STF.

"Não vamos abrir mão, em circunstância nenhuma, de, no próximo ano, continuar nossa luta pela anistia de todos os presos políticos nesse julgamento infundado", declarou Cavalcante, prometendo que não apresentará destaques ao texto.