A inteligência artificial (IA) emerge como uma ferramenta promissora para revolucionar os cuidados de saúde destinados à população idosa no Brasil. Durante audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, realizada nesta terça-feira (5), especialistas debateram como a tecnologia pode ser aplicada na detecção de riscos, assistência à mobilidade e combate ao isolamento social.
Expansão da telessaúde e transformação digital
Lígia Iasmine Gualberto, coordenadora de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, destacou que a internet criou oportunidades para ampliar o cuidado através da telessaúde. A pandemia acelerou significativamente a transformação digital entre os idosos, que passaram a utilizar mais dispositivos móveis e computadores para acessar serviços de saúde.
"A inteligência artificial e as tecnologias podem auxiliar na qualidade de vida e bem-estar, otimizando o acesso a procedimentos e ações específicas", explicou a especialista. O Ministério da Saúde tem aproveitado esses avanços para expandir a Rede Nacional de Dados em Saúde, conectando sistemas de prontuário eletrônico e ampliando o acesso à telessaúde.
Desafios de segurança cibernética
Daniel Boson, analista do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, enfatizou a necessidade de investimentos em segurança cibernética para proteger os idosos. Através do portal gov.br, os cidadãos têm acesso a mais de 5 mil serviços públicos digitais, mas a população idosa permanece mais vulnerável a crimes cibernéticos.
Benefícios e riscos da tecnologia
Entre os benefícios identificados estão o monitoramento de saúde, lembretes para medicamentos, detecção de ansiedade e depressão, além do estímulo à socialização. Contudo, os especialistas alertaram para potenciais riscos como dependência tecnológica, isolamento social e invasão de privacidade, ressaltando a importância de garantir fontes seguras e informações baseadas em evidências científicas.