O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (REPUBLICANOS-PB), confirmou nesta quarta-feira (21) que o governo federal assumiu o compromisso de criar um grupo de trabalho para discutir reajustes e reestruturação de carreiras não contempladas no Projeto de Lei 1466/25, recém-aprovado pela Casa.
"Houve um compromisso do governo para encaminhar o grupo de trabalho para que as categorias sem acordo no texto tivessem a garantia da negociação", afirmou Motta durante a votação em Plenário. A proposta, que segue agora para apreciação do Senado, gerou questionamentos de parlamentares sobre a disparidade de tratamento entre servidores com funções semelhantes.
Disparidades entre carreiras semelhantes
A deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) criticou especificamente o caso dos médicos e veterinários das instituições de ensino, que receberão reajustes menores que profissionais de mesma função em órgãos como Ibama e Dnit. "Não faz sentido um aumento menor para médicos que fazem a mesma coisa e têm a mesma função", argumentou.
Em resposta às críticas, o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), defendeu uma nova rodada de negociações e anunciou reunião com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, agendada para a próxima terça-feira (28). "Além dos médicos e veterinários, há outras categorias com diferenciação salarial, e é importante que elas sejam avaliadas", disse.
Ceticismo sobre efetividade do acordo
O líder do PDT, deputado Mário Heringer (MG), demonstrou ceticismo quanto à efetividade do acordo, classificando-o como "procrastinação". "Quando se monta um acordo desses, já vi isso várias vezes, o futuro fica para 'o futuro do futuro' e as coisas não acontecem", alertou o parlamentar, referindo-se especificamente aos médicos, veterinários e funcionários da cultura.
José Guimarães rebateu as críticas, comprometendo-se a envidar todos os esforços para que o grupo de trabalho no governo produza resultados concretos para as categorias não contempladas no projeto atual.